Programa Ação - Rede Globo - outubro/2011

07/08/2012 20:00

O Programa Ação da Rede Globo acompanhou um dia de trabalho da ONG e produziu uma reportagem especial.

 

A história da família que precisava de três transplantes ficou famosa e comoveu o país no começo da década passada. Eva, Anna Paula e Anna Maria tinham um ano quando apresentaram os primeiros sintomas de insuficiência renal. “A gente teve uma infância acompanhada por médicos e exames e uma adolescência restrita no sentido de alimentação e remédios”, conta Eva Cristina Reinelt Marques.

Quando teve a perda da função renal e precisou fazer hemodiálise, Eva tinha 22 anos e as irmãs eram um pouco mais novas. “Na hora em que você senta naquela cadeira parece que aquilo vai passar logo. Depois que vira uma rotina, vai ficando maçante e parece que a ficha cai. Acho que a fase da hemodiálise foi a mais difícil de todo o processo”, afirma Anna Paula Reinelt Marques.

A mãe das meninas, Izilda Cristina Reinelt, enfrentou uma das piores situações que uma mãe pode passar. Só ela na família tinha rins compatíveis com o das filhas. No entanto, ela não concebia a ideia de ter que escolher uma delas. Depois de quase dois anos de expectativas, as irmãs fizeram a escolha pela mãe e Anna Paula iria receber o órgão. “Foi Anna Paula em fevereiro, Evinha em agosto e Anna Maria em outubro. Quer dizer, 2005 foi o ano da vitória na nossa vida. Foi o ano mais iluminado que eu vivi”, conta Izilda.

Hoje, as três irmãs têm uma vida normal, trabalham, e também cuidam da Ong Doe Vida, criada para divulgar a importância dos transplantes em 2003. Todos os anos, elas participam da Expoflora, em Holambra, no interior de São Paulo.

“Nessa feira, a gente tem a oportunidade de conscientizar muitas pessoas a respeito da doação de órgãos”, conta Eva. “Além disso, a gente vende todos os produtos com a logomarca da Ong. A verba é revertida para os pacientes carentes que fazem hemodiálise em Campinas e região”. Segundo ela, a principal dúvida das pessoas é de como doar. “Geralmente eles acham que precisa de algum documento. Quando a gente fala que basta avisar os familiares, as pessoas ficam até meio surpresas”.

Felipe Fullin Castanho era namorado de Eva na época do transplante. Hoje, marido, também ajuda na Doe Vida. “Agora vamos ajudar os outros a conquistar saúde também. Se Deus quiser para sempre”, diz.

A sede da Doe Vida fica em Campinas. Além do trabalho de informação sobre transplantes, a Ong entrega medicamentos, cadeiras de rodas e cestas básicas para pacientes que precisam. Para manter o trabalho, a Doe Vida depende das vendas de produtos como camisetas e bonés e de doações. “A gente tem uma demanda de mais de 400 pacientes para receber cesta básica. Hoje em dia, a gente consegue atender 150”, diz Anna Paula.

Visitas
Uma vez por mês as irmãs visitam os hospitais e as clínicas de hemodiálise. “Os pacientes ficam na expectativa quando eles veem outro paciente transplantado vir. Parece que cria uma força maior para eles buscarem isso também”, conta a enfermeira Simone Mello

Liberdade. É com essa palavra que Eva define a vida depois do transplante. “Liberdade de você fazer o que gosta, de comer e beber o que quer. É viver de verdade, sem restrições”, diz. “Para essas pessoas, a Ong Doe Vida é a nossa missão. É a nossa missão de vida, é a nossa trajetória. A gente tem um amor pelo trabalho que a gente faz sem tamanho".

Anna Maria Reinelt Marques reforça as palavras da irmã. “A gente quer tentar, de alguma forma, que outras pessoas tenham essa felicidade que a gente está tendo hoje”, afirma. A mãe Izilda concorda. ”Fazer com que as pessoas entendam que isso é um ato de amor, que não existe tabu, que tudo que vai para baixo da terra acaba. Então, cada pedacinho que puder levar vida para alguém, que seja feito”, diz.

 

Clique aqui para ver a reportagem na íntegra: https://g1.globo.com/acao/noticia/2011/10/ong-doe-vida-ajuda-pacientes-que-estao-na-fila-dos-transplantes.html