História do Transplante

As primeiras experiências de transplante, na antiguidade, visavam principalmente reparar mutilações. No século VI a.C., cirurgiões hindus já faziam enxertos de tecidos. Em Alexandria, lesões do rosto e de outras partes do corpo eram atendidas com retalhos de pele. Entre os casos modernos de transplante, são particularmente importantes os de coração. As primeiras experiências nesse domínio datam de 1905, quando, dois franceses,Alexis Carrel e Charles Claude Guthrie, transplantaram o coração de um cão, que pulsou no corpo de outro durante cerca de uma hora.Vladimir Demikhov fez severos transplantes nos anos de 1930 e 1950, como a transplantação de um coração dentro de um animal e uma substituição de pulmão e coração em um animal.

No homem, a primeira experiência foi feita pelo americano James Daniel Hardy. Em 1964, Hardy enxertou o coração de um chimpanzé num homem de 68 anos, que sobreviveu poucos minutos. Em dezembro de 1967, o sul-africano Christiaan Barnard conseguiu o primeiro êxito nesse tipo de operação, ao transplantar um coração de um humano para um paciente de 54 anos, em fase final de arteriosclerose coronária; o doente sobreviveu 18 dias, e morreu de pneumonia.

O primeiro transplante de órgão bem-sucedido ocorreu em Boston, nos Estados Unidos, em 1954, quando um rim foi transferido do corpo de um homem para seu irmão gêmeo. À época, o volume de sangue perdido pelos pacientes devido ao procedimento impressionava até o mais frio dos cirurgiões. Atualmente, praticamente não há perda de sangue durante a cirurgia. Para se ter uma ideia, os primeiros transplantes de fígado duravam até 24 horas – prazo reduzido para cinco horas agora. Além disso, era preciso usar uma bomba de infusão rápida que injetava quase 20 litros de sangue no paciente no decorrer da cirurgia. A partir de então, inúmeros transplantes passaram a ser feitos, conseguindo-se sempre aumento de sobrevida.